Partido Social-Democrata e Independentes já se queixaram, mais do que uma vez, de que não têm o tempo necessário para “trabalhar” os assuntos que são discutidos em reunião do executivo. As críticas subiram de tom na recente sessão autárquica, altura em que o vereador João Tenreiro, do PSD, chamou à equação o facto de a oposição camarária não estar em funções a tempo inteiro como o executivo do Partido Socialista e da Coligação Democrática Unitária: «A senhora presidente trabalha aqui a tempo inteiro e nós não! Nós temos a nossa profissão e a senhora tem tempo e é sua obrigação trabalhar até 24 horas por dia se for preciso. Como deve calcular, por sistema informático é difícil abrir os documentos noutra rede. Não custava nada».
Na resposta, Anabela Freitas, presidente da Câmara Municipal de Tomar, disse que o argumento de que a oposição não está a tempo inteiro não pode ser uma justificação, sublinhando que PSD e IpT pediram os documentos em suporte papel… numa visão de século dezanove, lamentou: «Já não é a primeira vez que o senhor utiliza esse argumento de que vocês têm a vossa profissão. Mas estão cá porque querem. Foram eleitos. Isso não é justificação. Somos obrigados a informação toda e ela é fornecida por formato electrónico. O senhor tem que perguntar em que outras Câmaras é que fotocopiam os documentos. Não estamos no século dezanove. O senhor vereador Pedro Marques disse que preferia os documentos em papel, enquanto os senhores vereadores do PSD primeiro pediram por via electrónica e depois por papel. Vocês têm acesso à mesma informação que nós temos».