A 4 meses e 16 dias do Términus da operação a carvão na Central, o Conselho Intermunicipal do Médio Tejo, por unanimidade, considera uma total falta de respeito pela região a inexistência de uma solução clara e inequívoca que mantenha no Pego um dos mais importantes centros electroprodutores do país.
Os autarcas confiaram nas informações recebidas de que um grande projeto que compense, o conhecido, há muitos anos, encerramento da operação a carvão, surgiria em devido tempo. Infelizmente tal ainda não aconteceu. As contradições existentes em todo este processo não podem deixar de ter responsabilidades politicas.
O CONSELHO INTERMUNICIPAL sublinha a importância da Central do Pego no contexto do desenvolvimento económico da região e reitera que o seu interesse fundamental é que se mantenha na região do Médio Tejo um importante POLO DE PRODUÇÃO DE ENERGIA.
O foco não pode estar em medidas mitigadoras do fecho da central nem em bonitos projetos e intenções de requalificação de recursos humanos. Deixamos uma palavra de solidariedade para com os trabalhadores envolvidos, reconhecendo toda a instabilidade que um assunto destes levanta, colocando em causa inúmeros postos de trabalho.
Assim, afirmamos de forma inequívoca o que os autarcas da região pretendem: que o governo crie urgentemente, condições para um processo de reconversão da central, canalizando verbas do Fundo de transição justa para tal efeito.
É na reconversão e na diversificação económica que tem de estar a aposta para uso das avultadas verbas que estão disponíveis pela Comunidade Europeia no âmbito da descarbonização.
Não é apenas com medidas de mitigação dos impactos sociais e económicos que resultarão do fecho da central que é possível inverter a trajetória de perda de competitividade a que infelizmente estamos a ser sujeitos nos nossos territórios.
A CIM do Médio Tejo e muito em especial a Câmara Municipal de Abrantes, dará continuidade a um roteiro de denúncia sobre esta lamentável situação, contando com todos os stakeholders diretamente implicados, bem como os deputados do distrito, grupos parlamentares da Assembleia da República, Comissão Parlamentar do Ambiente, Associações Empresariais, entre outros.
É inadmissível a falta de respeito demonstrada pelo governo com a nossa região.