REGIONAL

SANTARÉM – «Cheiro pestilento de suinicultura piora com o calor e afeta a Póvoa da Isenta», alerta Bloco de Esquerda

Uma delegação do Bloco de Esquerda esteve reunida com moradores afetados pela poluição da suinicultura da Póvoa da Isenta, em Santarém. A deputada à Assembleia da República, Fabíola Cardoso, acompanhada de Vítor Franco, eleito na Assembleia Municipal, e dos dirigentes da concelhia Ana Eleutério e Francisco Cordeiro, «puderam comprovar a degradação crescente da situação», refere um esclarecimento enviado para a redacção da Hertz. Aquela que era uma suinicultura familiar foi adquirida pela empresa Agrolex, que a transformou em exploração industrial. «A partir daí todos os problemas ambientais se agravaram», constata o BE. Eis o comunicado remetido à nossa redacção: «Esta situação motivou uma ampla mobilização da população que se materializou numa petição à Assembleia Municipal com centenas de assinaturas, fazendo com que fosse criada uma comissão de análise do problema. Fabíola Cardoso questionou já o ministro do Ambiente sobre a suinicultura, tendo a exploração sido alvo de um auto de notícia por rejeição de efluentes sem licença e de seis outros autos de notificação sobre as “lagoas” que os recebem. A exploração não se encontra à distância das habitações exigida por lei. A deputada do Bloco de Esquerda dá ainda conta da informação desencontrada e até contraditória das várias entidades públicas e da dificuldade que a população está a ter em aceder aos documentos administrativos. Fabíola Cardoso vai debater com os deputados do BE no Parlamento Europeu para uma intervenção neste nível. O Bloco de Esquerda constata a apatia da Câmara Municipal. Esta não respondeu ao pedido de intervenção do deputado municipal Vítor Franco pelo perigo das vedações das lagoas. Posteriormente, a GNR desencadeou um auto de notificação à Agrolex. O licenciamento de obras é ainda um problema, entre outros, por esclarecer. Perante a justificada revolta das populações é urgente aumentar a fiscalização destas instalações industriais, de modo a salvaguardar os valores ambientais. Deve acabar o sentimento de impunidade de quem polui o que é de todos: os solos, as linhas de água e o ar, diminuindo assim a qualidade de vida das populações e colocando em causa a saúde publica.
Defendemos ainda a transição para modelos de produção animal extensivos e ecológicos, salvaguardem não só o ambiente e as populações, mas também o bem-estar animal. A qualidade de vida das populações e o bom estado das linhas de água, dos solos e da biodiversidade não podem ficar reféns da inoperância das entidades competentes, pelo que estaremos atentos a esta e a outras situações preocupantes no distrito».