No futuro jardim da antiga Escola Primária do Vale da Ursa tem-se acesso a uma vista desafogada sobre o vale, sendo esta uma importante mais-valia do edifício que é composto por duas salas com entradas independentes, sinal dos muitos alunos que acolheu também das vizinhas localidades de Castanheira e Ribeira do Vale da Ursa. Na parte da frente, logo ali ao lado, encontra-se a capela da aldeia, em louvor de São Luís, mandada construir em 1832 pelo Padre Luís Ribeiro e, segundo a tradição, muito procurada para curar a gaguez em crianças. Estes são apenas alguns elementos naturais e patrimoniais que estarão ao dispor dos hóspedes do alojamento local que irá nascer da transformação deste edifício, propriedade da autarquia, que já se encontra encerrado desde o ano letivo de 1997/1998, quando contava apenas com três alunos. As obras, orçamentadas em 90 mil euros e realizadas por administração direta, vão criar dois apartamentos independentes, com sala, quarto, cozinha, wc e varanda panorâmica que estarão disponíveis na próxima época balnear. Numa visita ao espaço já é possível ter uma perceção de como ficarão as divisões. “Há também a possibilidade de os apartamentos serem ocupados por teletrabalhadores de outros pontos do país, principalmente dos que estão confinados nas grandes cidades”, refere João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova. Essa será uma opção a considerar por quem ficar responsável pela gestão deste alojamento, já que a autarquia irá concessionar o espaço: “à semelhança do que fazemos com outros equipamentos municipais, o objetivo é criar oportunidades de negócio para quem as quiser aproveitar e, em conjunto com o Município, potenciar o território como destino turístico. Se olharmos para os números da ocupação turística em 2020, em que a zona Centro do país cresceu, temos todas as condições para mantermos a tendência de subida e para que mais portugueses descubram a região”, afirma João Lobo. Depois da Escola do Vale da Ursa, serão intervencionadas as antigas escolas primárias de Vergão (o último ano letivo em que esteve aberta foi em 1992/1993, com sete alunos), Corgas (que deixou de estar ao serviço em 2003/2004, ano em que recebeu três alunos), e Fórneas (encerrada no ano letivo 2003/2004 com quatro alunos) de forma a dar nova vida a estes edifícios.