O Conselho Consultivo do Centro Hospitalar do Médio Tejo reuniu no último dia de Julho, naquele que foi o primeiro encontro presidido por Valença Pinto, o General nomeado para o cargo deste órgão independente do CHMT, entidade que, recorde-se, gere os hospitais de Tomar, Abrantes e Torres Novas. Bruno Graça, vereador da Câmara nabantina com responsabilidade na área da saúde, aproveitou a recente sessão da autarquia para realizar um balanço sobre os assuntos debatidos, começando por apresentar os números do recente concurso para a contratação de médicos. E os resultados não foram os melhores: para 41 vagas, só concorreram sete profissionais: «Para 41 vagas colocadas a concurso, foram admitidos dois pediatras, um nefrologista, um pneumologista, dois cirurgiões gerais e um oftalmologista. Continua, assim, a ser visível uma falta de interesse dos médicos em concorrer para o Centro Hospital do Médio Tejo. Foi referenciado que a estratégia do Centro Hospitalar passava pelo aumento do número de médicos nos quadros do CHMT, que é a primeira questão a ser resolvida, sublinharam-nos. Numa análise que fizeram à população servida, asseguraram que iriam dar ênfase à área oncológica e ainda para a área dos diabetes e doenças crónicas».
Como não podia deixar de ser, um possível cenário da criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo – ou seja, a união do CHMT com o Hospital de Santarém – também esteve em cima da mesa, sendo que Bruno Graça deixou reparos à falta de intervenção dos municípios de Abrantes e Torres Novas nesta matéria. O vereador eleito pela CDU disse que Valença Pinto considerou essa suposta criação… como uma oportunidade: «A administração disse que não teve conhecimento da reunião que a tutela realizou com as autarquias e que nunca foi contactada para a formação desse agrupamento hospital do Ribatejo, mas sublinharam não sentir um grande problema com essa situação. Aliás, até poderia significar uma oportunidade, alegando que o Hospital de Santarém não tem capacidade de ampliação, enquanto no CHMT, nomeadamente Tomar e Torres Novas, há essa capacidade de se pensar noutras actividades. Mas ficou a garantia que este cenário nem sequer foi discutido na administração. De registar, ainda, que neste encontro as autarquias presentes pouco ou nada falaram nesta situação. Abrantes em silêncio absoluto, enquanto Torres Novas foi parco em palavras».