Entre 2019 e 2021, a ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental está a coordenar o projeto “Vamos Cuidar do Planeta”, cofinanciado pelo Programa Cidadãos Ativos (EEAgrants). Este projeto, tem entre os seus objetivos, proporcionar aos jovens espaços de debate alternativos para a construção de sociedades ambientalmente responsáveis e socialmente justas. Uma das atividades do projeto é a formação de professores, que é essencial para a implementação do projeto nas escolas participantes e também para a sustentabilidade do mesmo.
Entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, decorreu pela primeira vez a formação de professores do projeto “Vamos Cuidar do Planeta”. Nesta formação participaram no total 83 professores dos 5 Centros de Formação de Associação de Escolas (CFAE) da Lezíria e Médio Tejo, entre os quais 17 pertenciam ao CFAE Templários, em Tomar.
“Cultura democrática e consciência cívica nos jovens – Vamos cuidar do planeta!” é o nome desta formação de professores, em modalidade de oficina de formação, que pretende capacitar professores para implementar metodologias inovadoras, dinâmicas e participativas capazes de incentivar os jovens a pensar criticamente sobre a sua comunidade e a agir em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tem uma duração total de 50 horas, 25 horas presenciais e 25 horas de trabalho autónomo. Os conteúdos abordados são diversos, passando pelos documentos estratégicos de Educação para a Cidadania e Educação Ambiental, o projeto “Vamos Cuidar do Planeta” com a sua metodologia e técnicas pedagógicas, a educomunicação, técnicas de argumentação e o Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular.
A formação está acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua (CCPFC). Está dividida em 4 sessões presenciais, intercaladas com trabalho autónomo desenvolvido pelos professores em contexto escolar.
Através do seu trabalho autónomo, os 17 professores da região de Tomar que participaram na formação desenvolveram o projeto “Vamos Cuidar do Planeta” nas suas escolas. Assim, participaram no projeto seis agrupamentos escolas da região de Tomar:
– Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Lopes Perdigão: trabalharam o tema dos resíduos. Foi tomada a decisão de articular com a empresa Valorlis-Valorização e
Tratamento de Resíduos Sólidos, a cedência de embalagens para recolha seletiva dos resíduos domésticos. Neste sentido, os alunos elaboraram uma carta dirigida à referida empresa a qual se disponibilizou a ceder as embalagens necessárias.
– Agrupamento de Escolas de Ferreira do Zêzere, em que os alunos identificaram o problema de existir lixo pelo chão e até junto dos Ecopontos, quer na escola quer na vila, e propuseram realizar uma ação de sensibilização e uma recolha de lixo numa zona do concelho.
– Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, em que o tema do projeto foi os resíduos alimentares e os alunos propuseram realizar a compostagem dos desperdícios alimentares, que podem produzir composto, na cidade de Tomar e na sua escola.
– Escola Secundária Jácome Ratton e EB do 2º e 3º ciclo Santa Iria (Agrupamento de Escolas Templários), em que os alunos previam uma ação de sensibilização no Mercado Municipal de Tomar no dia 17 de abril – que não pôde ser concretizada devido à pandemia – e também estiveram a elaborar materiais para a sensibilização, tais como desdobráveis, uma peça de roupa para utilizarem e frases alusivas à sustentabilidade.
– Agrupamento de Escolas de Ourém, em que o tema do projeto foi “Economia circular – Dar nova vida às t-shirts velhas, transformando-as em sacos” e na qual os alunos, em parceria com o Clube Magia das Agulhas, produziram sacos de tecido utilizando t-shirts antigas.
– Agrupamento de Escolas Conde de Ourém, onde a turma escolheu o tema: Combate à poluição e desperdício. O grupo decidiu fazer a recolha de borras de café do bufete/bar da escola para compostar e usar posteriormente como adubo na horta da escola, promovendo um desenvolvimento sustentável.
No próximo ano letivo, voltará a ser organizada a ação de formação, com o objetivo de abranger mais escolas e professores que possam vir a adotar a metodologia do projeto.