A visita de António Costa a Tomar foi alvo de duras críticas dos vereadores do Partido Social-Democrata e dos Independentes… assim como da presidente Anabela Freitas. Recorde-se que o Secretário-geral do Partido Socialista marcou presença na manhã de sábado para assistir aos Cortejos Parciais da Festa dos Tabuleiros mas a forma como a comitiva irrompeu pela Praça da República apanhou de surpresa tudo e todos, de tal forma que o vereador Bruno Graça, da Coligação Democrática Unitária, saiu, em protesto, do local reservado aos eleitos locais, acompanhado, desde logo, por João Tenreiro, do PSD. E foi, precisamente, o também presidente da Concelhia «laranja» que se insurgiu contra este acontecimento, aproveitando a reunião de Câmara desta segunda-feira para chamar a atenção de Anabela Freitas, naquilo que comparou a um «arrastão»: «Estou à vontade para falar desta forma porque se fosse com o meu Partido era faria a mesma coisa, ou seja, criticava… O Secretário-geral do Partido Socialista apareceu com toda a comitiva do PS, invadindo o espaço onde estávamos todos perfilados para ver passar os Cortejos como manda a tradição. Fomos completamente arrastados por cerca de quarenta pessoas ligadas ao Partido Socialista, que ocuparam por completo aqueles lugares sem pedir licença. Na altura, o vereador Bruno Graça saiu dali chateado e eu também saí. O vereador Pedro Marques chamou-me e disse-me que deveríamos estar ali presentes por respeito às freguesias. Por isso voltei. Quase que pedi licença às pessoas que lá estavam para poder passar. Olharam para mim de lado, do género “quem és tu que estás aqui a ocupar o meu espaço?”… Sei que a senhora presidente não teve culpa mas tive que manifestar este meu lamento, que até já fiz chegar ao presidente do Partido Socialista de Tomar, que me fez o devido pedido de desculpas pela situação».
A verdade é que Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, eleita, precisamente, pelo Partido Socialista, também teceu críticas à forma como tudo aconteceu, classificando a atitude da comitiva como «deselegante» e causadora de «mal-estar»: «Também comentámos entre nós que foi lamentável aquilo que aconteceu. Chamem-nos tomarenses, temos orgulho em ser tomarenses… aquilo para nós é muito importante. Achámos que foi deselegante, principalmente porque estava a chegar uma banda e ainda uma parte do Cortejo Parcial. Perceberam que não podíamos fazer nada, mas entre nós causou mal-estar e foi deselegante».
Pedro Marques, vereador dos Independentes, não deixou passar este assunto sem tecer algumas considerações, referindo que as críticas proferidas por Anabela Freitas são o «mínimo» que se poderia dizer: «Acho que o mínimo que pode dizer é que foi deselegante. É o mínimo mesmo. Até porque havia gente com responsabilidade no Município que vinha a acompanhá-los. E esses é que deveriam ter tido todo o cuidado. E um deles é adjunto do seu gabinete. As pessoas devem medir os seus actos… ».