A pandemia, que tomou conta dos dias de todos, obrigou a alterações na dinâmica hospitalar. Os diferentes Serviços Hospitalares foram reorganizados, para que a assistência clínica aos doentes continue garantida com a melhor eficácia e segurança. Quer para doentes, quer para profissionais de saúde. Exemplo de continuidade de prestação de cuidados de saúde é o Hospital de Dia de Oncologia (HDO) do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE: desde o dia 17 de março deste ano, altura em que foi declarada a Pandemia, realizou mais de 700 sessões, tratamentos e consultas presenciais. “Neste momento não se têm adiado tratamentos nem consultas de doentes em tratamento, estando todos os profissionais dedicados ao tratamento dos doentes como na fase pré-pandemica. Com tudo, em fase de pandemia, os tratamentos exijam maiores medidas de isolamento e normas de higienização mais intensivas, conforme recomendação da DGS”, afirma Isabel Pazos, médica que coordena a Unidade de Oncologia do CHMT. A funcionar na Unidade Hospitalar de Tomar e na Unidade Hospitalar de Torres Novas, o Hospital de Dia de Oncologia implementou algumas alterações, nesta fase de pandemia, nomeadamente no espaço que ocupa nestas Unidades. Passou para o 5º piso na Unidade Hospitalar de Tomar e passou a ocupar um espaço cedido na área da Consulta Externa, na Unidade Hospitalar de Torres Novas. Em pleno período de pandemia, no Hospital de Dia de Oncologia todos os esforços estão a ser realizados para garantir o seu funcionamento, assegurando os cuidados aos doentes e garantindo a sua segurança. Foi estabelecida a priorização de tratamentos e as consultas foram programadas em modo não presencial, sempre que a situação o permite. Foram mantidas as consultas presenciais e tratamentos em Hospital de Dia quando absolutamente necessário, com avaliação e reagendamentos diários sempre em concertração com os doentes (consultas telefónicas) e discussão em equipa multidisciplinar. Foram alterados os circuitos com a criação de duas áreas físicas distintas, com o intuito de alocar os doentes de Hospital Dia Oncologia em espaço próprio, separando-os dos doentes de Hospital dia Polivalente. Outra medida implementada foi a separação de equipas de enfermagem e assistentes operacionais que cuidam dos doentes do Hospital de Dia de Oncologia e dos que cuidam dos doentes de Hospital de Dia Polivalente e reorganização de horários. Foram, igualmente, implementadas medidas de rastreio de temperatura e sintomas (tosse, febre, dificuldade respiratória) a todos os doentes admitidos em Hospital de Dia de Oncologia para tratamento e disponibilização de máscara cirúrgica instruindo da sua correta colocação. Durante este período o contacto telefónico com o doente foi reforçado com o objetivo de prevenir eventuais complicações, esclarecer dúvidas, promover a autovigilância de sintomas (febre, tosse e dispneia) e reforçar informação sobre medidas de distanciamento social.
Como se preparam os profissionais
Os profissionais de saúde do Hospital de Dia de Oncologia mantêm-se na linha da frente, “com as mudanças do tempo em que vivemos, aprendendo diariamente com humildade e dando o seu melhor pelos doentes e suas famílias. Viver o desconhecido, ler e aprender diariamente, manter-se informado e informar. Esta é a melhor forma de estarmos preparados e de ajudar os outros: a nossa Missão”, refere a enfermeira responsável Fernanda Vital.
Fernanda Vital destaca, ainda, que “como sempre, os profissionais sentem-se acarinhados pelos doentes e suas famílias. É este carinho que contribui para a sua força, determinação, coragem e dedicação. Para continuarem a dar o melhor de si.” Isabel Pazos, coordenadora da Unidade de Oncologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE, reforça ser fundamental “neste momento o espírito de equipa, liderar uma equipa em que se consiga motivar os profissionais, em que todos consigamos lutar pelos mesmos objetivos, onde as pequenas divergências perdem toda a importância e o espírito positivo leva à cooperação, onde todos estão para se ajudar uns aos outros, onde se alguém tem uma fraqueza cá estamos para levantá-lo, e onde o objetivo final é cuidar e cuidar-nos. Se todos lutarmos na mesma direção conseguiremos os resultados”. Aos doentes, neste momento diferente de tudo o que até aqui aconteceu, a equipa do Hospital de Dia de Oncologia aconselha e relembra as recomendações da Direção Geral de Saúde: “São pequenos gestos e atitudes que podem ajudar nesta fase de pandemia. Os conselhos para os nossos utentes e suas famílias passam pelas medidas de etiqueta respiratória; lavagem frequente das mãos, limitar ao máximo o contacto com outras pessoas; uso de máscara; evitar tocar na cara com as mãos; não partilhar objectos pessoais”. E deixa um pedido aos seus doentes e familiares para que “entrem em contacto com a equipa do HDO em caso de dúvida, ou seja, reforçando a disponibilidade que caracteriza a equipa”, frisa a enfermeira responsável.
Mensagem da equipa do Hospital de Dia de Oncologia
“Encontramo-nos a viver um momento de teste, de desafio. Não só ao sistema em si mas também na relação com o outro. A capacidade para trabalharmos juntos é vital e fundamental. Todos nós fomos e somos afectados com alterações na nossa vida diária. Acreditamos que as alterações provenientes desta pandemia poderão provocar ansiedade nos nossos utentes/famílias mas prometemos voltar à normalidade, assim que a situação pandémica estabilizar. A Equipa do HDO vai manter os contactos frequentes com os utentes/famílias para minimizar o impacto desta ansiedade e das medidas implementadas. Cuidar de si próprio é fundamental para si a para a sua família. Não descuide os conselhos que foram dados para a sua proteção. Mantenha as normas de isolamento domiciliário. Não ocultar informação quer para o seu médico quer para o seu enfermeiro, negar uma realidade não faz que o problema desapareça e pode por em perigo não só a sua vida como a da sua família e a dos demais profissionais. Faça-o por si, faça-o por todos nós.”