LOCAL

TOMAR – Desinfecção das ruas em Casais/Alviobeira: treze tractores e mais duas equipas da Junta espalharam 10 mil litros de desinfectante

João Luís Alves, presidente da Junta da União de Freguesias de Casais/Alviobeira, não esperava tão grande adesão quando lançou o desfio a voluntários se oferecerem, com tractores com atomizadores, para ajudar na desinfecção da vasta área desta União de Freguesias e refere “Quero aqui, em nome deste executivo, agradecer muito sentidamente a todos aqueles que de uma forma voluntária se disponibilizaram para esta tarefa de combate a esta terrível pandemia que tem assolado o mundo inteiro. Estou de coração cheio. Para além dos que trabalharam muitos mais se ofereceram. Com gestos solidários como este, apanágio de um povo que não verga, iremos vencer. Obrigado a todos. Bem hajam!” Foram treze tractores ou seja um total de 26 pessoas, a que se juntou duas equipas da junta com os seus funcionários e os seus meios, que distribuídos pelos diversos lugares da freguesia, espalharam na tarde soalheira de Sexta feira dia 27 de Março, cerca de 10 mil litros de calda desinfectante, uma parte dada pela Câmara e outra comprada pela junta, e procederam assim à desinfecção em ruas com mais aglomerados de casa, junto largos das igrejas (apesar de fechadas) cemitérios e ecopontos. Segundo a Diretora Geral de Saúde- Graça Freitas não está provado a eficácia destas desinfecções contra o avanço do Corona Virus, desvalorizando o serviço que dezenas de Câmaras estão a fazer de Norte a Sul, mas as palavras desta directora, já não são levadas a sério, e desinfectar é sempre bom, especialmente em zonas onde as pessoas tocam com as mãos ( como ecopontos) e todos nós devíamos quando vamos à rua desinfectar os sapatos antes de entrar em casa, as mãos e tudo o que seja superfície de contacto, já que o vírus não voa, e somos nós que o transmitimos ou transportamos, daí os apelos ao maior isolamento social possível e abster-nos dos tradicionais cumprimentos. Voltando a este voluntariado, é de enaltecer, o espírito de ajuda e voluntariado de quem tinha tractores na freguesia e não só; muitos passaram anónimos, debaixo dos fatos protectores ( fatos esses que usam na aplicação de produtos fitofarmacêuticos como o sulfato da vinha ou herbicidas) e assim mostram que alguma sociedade civil, se sabe unir, em prol de ajuda, quando os meios das Juntas ou Câmaras são insuficientes e não se confinam a ficar sentados nos sofás à espera, que alguém faça o trabalho. Estamos numa fase muito crítica, e quem tem que andar dia a dia ao serviço dos outros, se sente cansado, desmotivado e com medo e mais trabalho voluntário seria necessário, quer em ter equipas que vão às compras e evitem que idosos tenham que sair de casa, e tantos outros serviço que se podem fazer de ajuda, com as medidas de protecção devidas. O exemplo da União de Freguesias de Casais/Alviobeira foi uma prova disso! Para reforçar o que transcrevo, e a título de exemplo recebo a comunicação da Câmara Municipal de Viana do Castelo que apelou à inscrição na “Bolsa de disponíveis para IPSS”, uma base de voluntários nacional que contou rapidamente com 600 pessoas e que agrupa os voluntários por concelho para responder às necessidades das Instituições Particulares de Solidariedade Social de cada localidade. A União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Viana do Castelo está a coordenar o projeto localmente, estando a apoiar todas as IPSS do distrito, pelo que, nesta fase, importa aumentar o número de voluntários em todo o Alto Minho. Na sequência das recentes notícias que apontam para as dificuldades sentidas pelas IPSS em garantir a contínua prestação de serviços nos estabelecimentos de apoio social devido à escassez de profissionais e tendo em conta o expectável impacto que a crescente propagação do COVID 19 poderá vir a ter a este nível, a UNITATE – Associação de Desenvolvimento da Economia Social criou a Bolsa de Disponíveis para IPSS. Que estes exemplos sejam seguidos por outras Câmaras! António Freitas