A Sede da Comissão da Festa dos Tabuleiros, a Casa Vieira Guimarães – situada na rua Serpa Pinto, não foi alvo de qualquer melhoramento exterior, nomeadamente pintura, como seria expectável e como foi recomendado pela vereação do Partido Social-Democrata. Aliás, esta solicitação mereceu a atenção do executivo PS/CDU que, em anteriores reuniões da autarquia nabantina, garantiu que essa obra iria avançar. Só que a Festa já se iniciou e o edifício continua na mesma, ou seja, longe daquilo que era desejado para uma Sede da Comissão. Na recente reunião de Câmara, António Manuel Jorge, vereador do PSD, quis lamentar que a recomendação não tivesse sido tida em consideração: «Eu julgo que esta proposta, por ter o timbre e o logotipo do PSD, foi inviabilizada e a pintura não foi realizada. Podem ser usadas todas as desculpas e argumentos… Percorremos a Levada, descemos a Marquês de Pombal, subimos a Serpa Pinto, enfim, toda a cidade está bonita, é a Festa que encanta Tomar e os tomarenses e os tomarenses estão todos de parabéns. Todavia está um edifício que é a Sede, que nem sequer foi lavado ou pintado. Não vamos falar que as coisas são caras ou a tinta inacessível porque quando nós queremos nós conseguimos… ».
Na resposta, Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, assegurou que a recomendação não foi concretizada por pertencer ao PSD. Aliás, a autarca deixou claro que a falha foi dos serviços do Município: «Não foi pelo facto de ser uma recomendação do PSD que a pintura não foi feita. Aliás, da nossa parte, foi imediatamente enviado para os serviços, foram assinadas as requisições externas para poder ser adquirida a tinta… Foi uma falha dos serviços e, por isso, só posso reconhecer essa falha e reconhecer que esse trabalho não foi feito atempadamente. Houve essa falha e tenho que o assumir publicamente».
Pedro Marques, vereador dos Independentes, disse não compreender como é que alguém não dá seguimento a uma decisão da Câmara e pediu responsabilidades: «Que os serviços errem ou não tenham pessoal para fazer as coisas, é uma coisa… agora a gestão política de cada um dos sectores levaria a que isto não pudesse passar em claro. Ou então o responsável que não cumpriu tinha consequências… Se a decisão estava tomada então não podia ficar na gaveta. O que a senhora presidente está a dizer é que alguém meteu o assunto na gaveta. Não faz sentido que alguém não cumpra uma decisão do executivo».
Anabela Freitas esclareceu, depois, que este assunto será mesmo alvo de um inquérito interno no sentido de apurar quem colocou o dossier na gaveta: «Não faz sentido eu estar em reunião de Câmara a dizer quais as consequências que vão acontecer. Vamos apurar responsabilidades e onde é que o processo parou e quem é que colocou o processo na gaveta».