O Partido Social-Democrata, através de Isabel Boavida, membro da bancada «laranja» na Assembleia Municipal, apontou duras críticas ao «Tomar Nota», publicação editada pela autarquia nabantina. A eleita do PSD condenou o facto de aquele formato ser inserido na carta da factura da água, classificando-o como «propaganda do Partido Socialista», numa avaliação que recuou no tempo, nomeadamente até à altura em que o PS, então na oposição, criticava os gastos do executivo com o chamado boletim municipal, entretanto extinto: «Quando abri a carta da água, estava isto lá dentro… o Tomar Nota. Colocar isto junto com a factura de um serviço público essencial e que tem o monopólio de fornecimento não me parece eticamente correcto. Também me parece eticamente incorrecto isto vir aqui e não haver a mínima alusão a nada dos SMAS, a nenhuma obra, a nenhuma intervenção, etc… Também não me parece eticamente correcto não estar aqui nenhuma intervenção do parceiro de coligação. Há mais gente no executivo. Isto é, olha para o que eu digo mas não olhes para o que eu faço… Em tempos idos tanto se combateu o boletim municipal, tanta pressão que sofreu, por causa dos custos acrescidos que diziam ter, porque era um veículo de propaganda para o PSD, a ponto do boletim ter acabado. Isto aqui é pior ainda. É um meio de propaganda ao Partido Socialista que nós temos que gramar nas cartas da água».
A presidente da Câmara de Tomar não se furtou a comparar as duas publicações, assegurando que o extinto boletim tinha, de facto, custos para o Município, o que não acontece com o «Tomar Nota», garantiu, ao mesmo tempo que referiu que esta nova publicação também promove o trabalho das associações nabantinas: «Qual é a diferença entre o Tomar Nota e o boletim municipal? O boletim era feito fora do município, era impresso fora de Tomar e custava dinheiro. Tomar Nota é feito pelos funcionários do município, é feito com recursos próprios e não custa dinheiro. Para além disso, de quinze em quinze dias são feitas publicações nos jornais locais daquilo que é a programação do município. Quer esteja em causa algo promovido pelo município ou pelas associações do nosso concelho, há sempre actividades em todos os fins-de-semana. E as pessoas não vão às actividades, umas até porque dizem que só souberam depois. Por isso, há que dar visibilidade às actividades não só do município mas também das associações».