É já hoje (domingo) que terá lugar o lançamento do livro “O Arneiro, 100 anos depois da I Guerra”, um ensaio fotográfico de Paulo Jorge de Sousa. Será na Casa-Memória Camões, com apresentação do historiador António Matias Coelho. Arneiro é um terreno arenoso, estéril. E estéril quer dizer que não produz; que não dá frutos; que não é capaz de procriar, infecundo; desprovido; carecido; inútil; escasso em rendimento ou produção. Se transpusermos isto para a Grande Parada de Montalvo, onde há 100 anos 20 mil jovens desfilaram “para inglês ver”, podemos estabelecer um paralelismo: foi improdutiva, carecida, inútil e escassa em rendimento e produção. O ensaio fotográfico “O Arneiro”, vencedor do Prémio Literário do Médio Tejo 2017 na categoria de Não-Ficção e agora publicado, 100 anos após o final da I Guerra Mundial, pretende ser um contributo para um melhor conhecimento e compreensão da nossa memória coletiva, com base numa reflexão estética e pessoal do fotógrafo Paulo Jorge de Sousa do local onde terá sido feita a Grande Parada. Cada imagem pode transportar-nos para um pensamento e cada pensamento pode levar-nos a uma consciencialização sobre a guerra e tudo o que lhe está associado, desde a decisão política à real capacidade e treino dos jovens que na altura foram roubados ao seu tempo e à sua vida, sem saberem sequer para onde os estavam a mandar.