O padre Rúben Marques Figueiredo juntou-se à iniciativa “Faz-te às 4.ªs”, do Matriz 21 – Gabinete para a Juventude do Município da Chamusca, e esteve à conversa com um grupo de jovens do concelho sobre o seu percurso até chegar a pároco das localidades de Ulme, Parreira, Chouto e Vale de Cavalos. O pároco comparou a vocação de ser padre, e da sua missão de cuidar dos paroquianos, com a missão de ser presidente de Câmara Municipal, cuja vocação é cuidar de todos os munícipes. “Ser padre e presidente de Câmara são vocações, são chamamentos para cuidar dos outros”, afirmou o padre Rúben, agradecendo o convite e o desafio do Município para ter esta tarde de diálogo aberto com os jovens que estiveram no Matriz 21. Na sessão participaram o Presidente da Câmara, Paulo Queimado, e a Vice-presidente, Cláudia Moreira, que deram as boas vindas ao convidado.
O pároco contou o seu percurso de vida até chegar a padre, destacando que após uma primeira experiência no seminário, acabou por sair, logo após a morte da sua mãe, para levar uma vida de leigo, para estudar e tornar-se enfermeiro, profissão que exerceu ainda durante alguns anos. Mas o apelo da vocação religiosa foi mais forte e, apesar de ter uma vida quase formada, com casa e até depois de ter tido alguns relacionamentos, acabou por regressar ao seminário onde se formou padre, iniciando o seu ministério no concelho da Chamusca, nas paróquias já referidas. “Inicialmente não foi fácil ambientar-me à vida neste meio rural, eu que vivia uma vida urbana, entre Lisboa e Santarém. Mas fui muito bem recebido nestas povoações e sou muito feliz”, afirmou o padre Rúben Figueiredo. Um dos objetivos que traçou para o seu ministério à frente destas paróquias foi de cativar mais pessoas para a Igreja, desde logo começando por falar com alguns homens que, habitualmente, não vão à missa. As comunidades dominicais estão a crescer e o pároco continua a apostar na relação próxima com as pessoas, indo aos cafés, jantando a convite em casa de paroquianos ou simplesmente falando com as pessoas que o abordam na rua.
A sua juventude e simpatia contagiam e naturalmente surgiram algumas questões sobre o celibato dos padres, com o padre Rúben a afirmar claramente que, se os padres puderem vir a casar, deixa de ser padre, porque considera que esta vocação não se compatibiliza bem com a vida familiar de uma pessoa casada. Sobre os desafios da igreja no século XXI, o padre Rúben coloca o foco na questão de saber qual a pertinência da religião e de ter Deus na vida das pessoas. A religião foi mais um dos temas em destaque nas conversas de quarta-feira à tarde no Gabinete para a Juventude do Município da Chamusca. Foi mais uma sessão que despertou o interesse de um número maior de jovens do concelho e que permitiu um diálogo direto e frontal entre os participantes.