Samuel Úria apresenta “Carga de Ombro” ao Teatro Virgínia, em Torres Novas, no dia 3 de novembro, sábado, pelas 21h30. Devia ser cada vez mais fácil decifrá-lo. Mas não é. Samuel Úria é rebuscado, cifrado e, para dificultar a tarefa, está cheio de conteúdo para desvendar. Ouvimos neste disco vários momentos aparentemente opostos, e quase de forma alternada de faixa para faixa – o som da força e da perseverança é o grito de ar nos pulmões que impele um amigo a sair do chão; que repreende a estupidez de misturar saber com opinião, e denuncia o ridículo do medo que leva ao silêncio. E depois, o sussurrar de um segredo confessado quando nos diz que quer estar pronto a dizer “não sei”, que quer ser apenas mais um; mais um homem, vulgar e comum. Quando em concerto, lá aparece ele em palco cheio de luz num passar único e genuíno como só ele próprio. Volta e meia dança com aquele ar meio desengonçado, cheio de um ritmo muito dele, parecendo um gigante que se vai desconjuntar mas que aproveita cada momento dessa desestruturação, com prazer e alegria contagiantes. Márcia (extraído de texto escrito quando do lançamento de “Carga de Ombro”). Os bilhetes têm o custo de 10€ (descontos aplicáveis) e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Virgínia, em www.bol.pt