A Banda da Sociedade Filarmónica Guladim Pais (SFGP), em parceria com o Simantra – Grupo de Percussão, realizou um concerto integrado nas comemorações do Dia Mundial da Música, promovido pela Câmara Municipal de Tomar. Houve registo para uma grande afluência de público, que, no final, demonstrou activamente a sua satisfação pelo excelente concerto que assistiu, dando efusivamente os parabéns aos músicos e maestro da SFGP, bem como, ao Grupo de Percussão Simantra. De facto, foi um concerto muito especial, não só pelo dia dedicado à Divina Arte do Sons, mas também, pelo reportório especialmente trabalhado para este concerto. Assim, Jorge Salgueiro, compositor conceituado no meio musical português, escreveu Coffee Break. Esta curiosa obra, para 4 Percussionistas e Banda, tem como conceito retratar o ambiente sonoro de uma esplanada de um café, convertendo todos os sons, barulhos e ruídos envolventes em elementos musicais e artísticos. Os percussionistas estão sentados sobre uma mesa de café e os seus instrumentos de percussão são apenas uma chávena de café e respectivo pires, colheres e pacotes de açúcar. A banda tem aqui um papel de gerador de timbres pouco convencionais, como ruídos de máquinas ou o burburinho das pessoas que passam ou falam na esplanada, evitando sempre qualquer som de altura definida. Esta surpreendente obra de Jorge Salgueiro vive muito da diferença, da surpresa, da teatralidade, do insólito, do bizarro e do divertimento que causa tanto no ouvinte como no executante. A segunda obra estreada foi o Concertino para 4 Percussionistas e Banda Sinfónica, do compositor Nuno Leal, actual maestro da Banda da SFGP. A obra foi escrita a pensar na formação da Banda da SFGP, e é quase a antítese do Coffee Break, procurando a expressão “pura” do som e dos timbres, dando uma importância à instrumentação e a sua interacção entre grupo de solistas e a banda. É um pequeno concerto dividido em três secções num permanente e contínuo de desenvolvimento. O Concerto iniciou com o Grupo de Percussão executando Djum-Djum, obra de Luiz Ferreira e Nuno Leal, obra para quatro djembés e electrónica, composta para o Simantra Grupo de Percussão, baseada em ritmos e no carácter repetitivo da música tradicional africana. A Banda da SFGP executou a “Deusa do Fogo”, de Steven Reineke, obra de grande energia, vigor e brilhantismo deste compositor americano. O sucesso deste projecto deveu-se, sem dúvida, ao trabalho árduo, com muita dedicação e empenho, que os Músicos da Banda da SFGP incrementaram ao longo do mês de Setembro, com o apoio da sua direcção, em estreita ligação com o Grupo de Percussão Simantra. Um projecto desta natureza realizado por Tomarenses e para os Tomarenses, deveria, em nosso entender, ser replicado mais vezes, podendo, em última análise, servir de promoção cultural deste concelho, tanto dentro de portas como nos concelhos vizinhos ou mesmo no país.