Há doze anos era criado – e com realização no mês de Setembro – o evento em Alviobeira – Cheiros e Sabores – onde, na altura, José Leal de Brito foi um dos grande impulsionadores. O evento pretendia agregar os vários lugares da então freguesia de Alviobeira (Alviobeira, Portela da Nexebra e Benfica, Manobra, Freixo e Chão das Eiras”) em torno da paróquia e juntamente com o rancho e com os hipotéticos lucros a serem atribuídos num regime de rotação entre o Rancho e as capelas de Ceras, Chão das Eiras e Ventoso e com tasquinhas e barraquinhas de doces, fruta, petiscos tradicionais e água pé de feitura própria. Ao mesmo tempo a ocasião era aproveitada para o Rancho Infantil que Cláudia Marques ensaia, fazer o seu festival.
A Moda ao longo das décadas do Séc. XX
Este ano – e bem, a directora do rancho, Manuela Santos, introduziu algumas inovações como um desfile de Moda ao longo das Décadas do Século XX, em que a fazer de modelos, algumas jovens mães, com os filhotes pelas mãos , desfilaram na passarele, ao som de música desses anos, com locução gravada de Manuela Santos que ia descrevendo a evolução da moda, desde os anos 40, aos anos 90 e sempre com vestimentas que fizeram sucesso, foram moda, aliado aos penteados e masquilhagem. Foi um sucesso! E pelas vezes que os modelos têm que mudar de roupa e pela quantidade de guarda roupa, mostrada, certamente foi nos dias antes um remexer nos baús de roupa já não usada e colocá-la apropriada para ser vestida e mostrada. Aliás as tasquinhas remetiam-nos para mais de 50 anos atrás, com objectos expostos tipo museu e até três exemplares de grandes carros, da classe 1.200 estavam expostos no adro. O Glamour de tempos idos, a nostalgia de tempos passados! Antes deste desfile e logo após a abertura das tasquinhas o jovem Tomás Rodrigues mostrou os seus dotes de dedilhar no acordeão, a que se seguiu outra inovação a – Queijadinha de S. Pedro.
S. Pedro é o padroeiro de Alviobeira e que se saiba a terra nunca teve tradição em doces ou bolaria, sem ser os bolos de festa mas já há muitos anos. Porém, inovar é preciso e as queijadinhas com direito a júri, em que algumas desta vez estavam mais “envergonhadas” – diga-se não cresceram tanto no forno- mas quem sabe, se para o ano pode ser um doce que marque e que tenha pernas para andar! As danças tradicionais da Universidade Sénior de Tomar estiveram em palco já que a Alviobeirense – Fernanda Leal e ensaiadora, e, tem ali um grupo de menos jovens que ainda dançam e de que maneira. Encerrou a tarde e dia deste evento a entrada em palco dos ranchos Infantil de Alviobeira, as Maçanitas de Tercena- Oeiras e do Grupo de Danças e Cantares da Chamusca. Respondeu ao convite o vice-presidente da Câmara – Hugo Cristóvão – e, no impedimento do presidente da Junta, o secretário Ricardo Lopes e Luís Freire, que fez mesmo parte do júri do concurso da Queijadinha, bem como o padre Sérgio Santos. Quanto a público, a prata da casa e familiares marcam presença sempre, e desta vez, o adro encheu com gente vinda de lugares limítrofes e de Tomar e dado a logística do evento, a sua mais valia, e atendendo que há doze anos Alviobeira era uma freguesia e hoje somos uma União de Freguesias de Casais/Alviobeira, há que alargar a participação em tasquinhas ( caso queiram) à Cáritas de Casais; Associações dos lugares da Torre, Calvinos, Casais, Algás, Venda Nova, para criar ainda mais valia no evento e, em vez de se concentrar a exposição e o evento no espaço acatitado do adro, usar a Rua da Igreja como espaço de exposição e venda e a passarele, por onde desfilam, gente que se entrega de corpo e alma, e com um sorriso nos lábios, a troco de umas palmas, e à sombra que as casas proporcionam e assim provando, que nos meios rurais se fazem eventos de muita qualidade, a custo zero, em que não se paga do erário público grandes artistas e que a par desses que a Câmara organiza e paga, estes poderiam também ter o seu lugar e serem feitos na Corredoura, mas para isso era necessário que quem tem as funções ligadas à cultura descesse ao povoado e visse o que de bom e bem se faz nas aldeias.
A presença de representantes da Câmara e eleitos, que referem que os eventos, como este tem, grande qualidade, é bonito mas não chega e, ao não haver depois um convite da Câmara de Tomar para outros palcos, só prova que afinal nem sempre, (ou é uma realidade) que o politico nada manda e que há outros poderes instalados que só olham para um lado e não alcançam mais do que o fundo da Avenida Nuno Álvares ou o cimo da Alameda Um de Março.
Neste papel de estender o evento a uma maior participação da União de Freguesias o padre Sérgio Santos deveria ser um dos motivadores, pois todos ganhamos com isso! E dia 27 de Outubro a Rua do Comércio volta a ter o evento do seu Mercado à Moda Antiga, em que desde já se convida todos a virem até à Aldeia porque – Alviobeira Acontece! António Freitas