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TOMAR – Clima azedou na reunião de Câmara. Presidente ameaça vereadora com processo em Tribunal se a chamar de mentirosa

O clima azedou – e de que maneira! – na reunião desta segunda-feira da Câmara Municipal de Tomar. Na base da discussão e das acusações de parte a parte esteve uma primeira intervenção de Beatriz Schultz, vereadora do Partido Social-Democrata, que fez uma alusão a um conjunto de promessas não cumpridas do Partido Socialista, não deixando, ainda antes, de manifestar dúvidas em torno do processo que recentemente deu que falar e que tem a ver com o pagamento de uma multa a que a presidente da autarquia foi obrigada por Tribunal tendo em vista a falta de resposta a um requerimento apresentado por um cidadão. Anabela Freitas não gostou do que ouviu e, pelos vistos, este assunto também sido tema-quente nas redes sociais, de tal forma que a presidente acusou a vereadora do PSD, ameaçando-a mesmo com um processo: «Uma coisa é um cidadão lá fora dizer o que quer e o que lhe apetece, ou coisa é uma vereadora que recebeu os documentos todos, pelo que tem mais do que obrigação de saber que uma sanção compulsória é paga ao tribunal e a senhora anda a acusar-me publicamente, nas redes sociais, a dizer que eu sou mentirosa. Na próxima vez que fizer isso, pode crer que lhe levanto um processo. Tem todos os documentos tal como todos os outros vereadores e um despacho meu a dizer à financeira para que se pagasse as custas do Município, enquanto a sanção é paga da minha conta pessoal. A senhora tem um talão da minha conta pessoal a demonstrar que eu paguei da minha conta. E quanto ao meu programa eleitoral, não retiro uma vírgula! Não é em reunião de Câmara que tenho de prestar contas mas sim junto do eleitorado. Quando, por exemplo, os senhores (ndr: referindo-se ao PSD) durante anos, desde que construíram o pavilhão municipal, têm aquela porcaria atrás do pavilhão que são aquelas ruinas que os senhores nunca dignificaram… E nós vamos fazer isso, vamos tornar aquele local num espaço visitável».

A discussão subiu de tom quando Anabela Freitas recorreu a uma lista que foi publicada nas redes sociais e que diz respeito a um conjunto de pessoas que concorreram a habitações sociais e que, dessa forma, ficaram com o seu nome publicado em “espaço público”. A presidente da Câmara deu a entender que a responsável pelo facto de essa lista ter saído antes mesmo de analisada pelo executivo… foi Beatriz Schultz: «Vou dizer-lhe e vai ver que também não vai gostar da mesma forma que eu não gosto que me acusem publicamente daquilo que não fiz e que me chamem mentirosa. Acho muito estranho que esteja hoje na internet uma lista de nomes, provisória, que será analisada nesta reunião de Câmara. Não é a primeira vez que isto acontece. Acho isto muito estranho. Está a dizer que eu a estou a acusar… Não está a gostar, pois não? Eu também não gosto que me chamem mentirosa, percebe».

João Tenreiro, vereador do Partido Social-Democrata, usou, depois, a palavra para recuar no tempo e recordar que também ele foi vítima nas redes sociais, acusando, neste particular, o ex-chefe de gabinete de Anabela Freitas. O eleito do PSD disse que, nessa altura, a presidente da Câmara não defendeu publicamente os ofendidos: Usou e abusou das redes sociais para nos chamar nomes. Essa pessoa era o seu chefe de gabinete e braço-direito. Eu vi a senhora presidente a defender-nos publicamente? Espero bem que a campanha às Autárquicas se faça pela positiva. Eu também ouvi as declarações que o presidente do seu partido fez no jantar de Ano Novo do Partido Socialista. E ouvi o que ele disse do candidato do PSD à Câmara. Aqui alguém mentiu. Na altura, a senhora presidente de Câmara, quando colocou aqueles quatro funcionários naquela Unidade de Missão… mas o presidente do Partido disse o contrário. Disse que foram pessoas que foram retiradas pois eram pessoas que mandavam na Câmara. Isto está dito. Aqui alguém mente! Houve ou não houve perseguição?».