Início REGIONAL ENTRONCAMENTO – Museu Ferroviário vai ter em exposição mais três locomotivas

ENTRONCAMENTO – Museu Ferroviário vai ter em exposição mais três locomotivas

Trata-se de locomotivas emblemáticas que vêm enriquecer a coleção do museu e que,
juntamente com a restante coleção, ajudam a contar a História dos Caminhos de Ferro em Portugal.
A locomotiva 832, conhecida pela “Espanhola”, é a única fabricada em Espanha existente em Portugal. Trata-se de um veículo imponente e pensa-se que seja a maior locomotiva alguma vez existente em Portugal, com o peso de 152.570 Quilos, incluindo o tender.
A locomotiva CP 262 fez parte da série de locomotivas adquiridas pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, para responder à necessidade de renovação do parque de locomotivas e colmatar a escassez de material de tração. A entrega é iniciada em 1899 e termina em 1904. Eram consideradas, à época, as mais evoluídas pois foram as primeiras locomotivas de distribuição Compound de quatro cilindros e rodado tipo Ten-Wheeler a entrar em Portugal. Destinavam-se aos comboios de velocidade das linhas do Norte e Leste. Os serviços incluíam os rápidos do Porto, “Sud Express” e “Rápido de Madrid”. Vieram permitir a circulação bissemanal do comboio “Rápido da Galiza”, que fazia a ligação direta a Vigo, sendo que o percurso entre Lisboa e Porto demorava cerca de 7 horas.
A locomotiva CP 357 fez parte da série de locomotivas adquiridas pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, entre 1911 e 1913, e foram a resposta à necessidade de renovação do parque de locomotivas afeto aos comboios de velocidade e de passageiros. As locomotivas Compound de quatro cilindros, de sistema Du Bousquet-De Glehn e vapor sobreaquecido, permitiam atingir e manter velocidades elevadas durante longos percursos.
Equipada com aparelhos de sobreaquecimento do vapor, que aumentam a potência de tração e economia de carvão e água, esta série rapidamente assumiu o exclusivo do serviço de rápidos da Linha do Norte. Destacaram-se ao serviço de comboios emblemáticos e de prestígio como os Rápidos do Porto, o Rápido de Madrid e o Sud-Express, revelando-se como umas das locomotivas a vapor mais velozes a circular em Portugal.
Resultado de um grande esforço do Museu Nacional Ferroviário e graças ao inestimável apoio do mecenas MSC – Mediterranean Shipping Company [https://www.msc.com/prt ], no ano em que se celebram os 160 anos dos Caminhos de Ferro em Portugal, foi possível proceder à operação de resgate e transporte destas icónicas locomotivas, as quais podem ser contempladas no Museu Nacional Ferroviário, sendo o próximo passo o restauro das mesmas, de forma a devolver a dignidade a tão emblemáticas peças.
Numa operação inédita para o Museu e, atualmente, muito rara na Europa, as três locomotivas foram resgatadas do local onde se encontravam. Ainda que resguardadas no respeitante a furtos, estiveram cerca de 40 anos ao ar livre, o que, naturalmente, provocou danos severos.
À razão de uma por dia, todas as locomotivas foram carregadas em camiões e descarregadas em local seguro.